Acompanhar obras pessoalmente e documentá-las com precisão estão entre as preocupações do síndico dos Jardins.
Prédio antigo pode, sim, estar em bom estado de conservação. Prova disso é o Edifício Santa Vitoria, nos Jardins, construído há 33 anos e há mais de seis anos cuidado com muita atenção pelo síndico Zsolt Imre Voros. Morador do prédio há 14 anos, Zsolt fazia parte do conselho desde 1998. “Em termos de manutenção, muita coisa foi deixada para trás”, diz. Em março de 2002 Zsolt foi eleito para cobrir o mandato do síndico anterior. “Em sete meses, consegui tirar o condomínio do buraco. Tínhamos muitos inadimplentes e uma conta de água absurda. Uma bóia antiga, remendada, deixava a água sair pelo ladrão da caixa subterrânea. A água ia literalmente para o ralo”, lembra o síndico. O condomínio, com 36 apartamentos, chegou a consumir mais de 900 m3 de água, com uma conta de R$ 3.500 em junho de 2002. Hoje, o consumo gira em torno de 500 m3 e a atenção contra os vazamentos é total. “Medimos o consumo diariamente”, garante.
Em busca de economia e de maior eficiência administrativa, Zsolt dispensou o zelador. Com funcionários muito antigos, o prédio tinha um passivo trabalhista alto, o que, na opinião do síndico, afetava a valorização dos apartamentos. Hoje, o apartamento do zelador serve de refeitório para os funcionários, que não dispunham de espaço específico para as refeições. O prédio conta com um auxiliar de serviços gerais que recebe acúmulo de função e faz serviços de manutenção, como a recente pintura interna dos andares. “Gosto de acompanhar pessoalmente todos os serviços. Deixar tudo por conta do zelador pode causar muitos problemas. Além do mais, é o meu nome que está em jogo, eu sou o responsável legal pelo condomínio”, avalia.
Conhecer bem o prédio e seus problemas também é fundamental, acredita Zsolt. Para auxiliá-lo nessa tarefa, Zsolt, que trabalha com desenho e artes gráficas, refez todas as plantas do edifício. “Não tínhamos plantas detalhadas e nem a noção, por exemplo, de onde passavam as tubulações. Foi trabalhoso mas fiz com prazer. Posso dizer que conheço o preço de cima a baixo. Afinal, estou zelando também pelo meu patrimônio. É preciso vestir a camisa”, aponta. A partir de 2004, todas as obras feitas são fotografadas. Zsolt prepara um relatório com um histórico do que foi realizado. Esse material, junto com as fotos, orçamentos e o contrato firmado, passa a fazer parte das pastas de prestação de contas.
O síndico também cuidou de itens essenciais para a segurança do prédio, como o páraraios, que não cobria a área total do edifício, e a tubulação dos hidrantes, que era de PVC. Trocou ainda as grades, os portões e motores. Recuperou uma laje, no nível do primeiro andar, que apresentava vazamentos no salão de festas. O espaço se transformou em solário. “Praticamente desde que o prédio existe o salão sofria com as infiltrações. Impermeabilizamos a laje e fizemos a recuperação estrutural da área, e também de parte da garagem que estava com ferragens expostas”, diz. Também procedeu a modernização técnica e estética dos elevadores. O síndico lembra que com os elevadores antigos a troca de peças era constante e custosa. A obra foi possível mesmo sem a realização de rateio extra. “Abolimos todo o tipo de rateio. Fazemos uma previsão orçamentária muito detalhada. Antes, não faziam parte da previsão itens como despesas bancárias, seguro e taxa de elevador. Também o 13º está incluído na previsão, assim não há surpresas no final do ano”, explica o síndico. Também é rateado um fundo de obras no valor de 1% da taxa condominial. Zsolt comemora o caixa saudável que conseguiu construir nesses anos e já planeja a próxima obra, assim que acabar de pagar os elevadores: a reforma da fachada para 2010.
Matéria publicada na edição 133 mar/09 da Revista Direcional Condomínios
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