Piso – Segurança

CUIDADOS PARA GARANTIR A SAÚDE E A MOBILIDADE DO USUÁRIO

Um rápido passeio a pé por São Paulo revela que as pedras Miracema e o mosaico português ainda predominam nas calçadas defronte e internas aos condomínios. Mas o Decreto Municipal 45.904/2005, que regulamenta as calçadas públicas, determina o uso de placas pré-moldadas em concreto, ladrilho hidráulico ou concreto como medida de segurança e garantia de mobilidade a qualquer transeunte. Já para a área comum privativa às edificações, pelo menos uma dezena de normas da ABNT impõe critérios de instalação e tipos mais indicados conforme os espaços. As pedras Miracema, por exemplo, não atendem à norma de acessibilidade, pois apresentam superfície irregular, imprópria para bengala, cadeira de rodas ou carrinho de bebê.

O piso deve proporcionar “a segurança química do material em relação à saúde pública e ao meio ambiente, assim como atender as normas específicas para cada desempenho”, afirma a arquiteta Mara Cabral. Segundo ela, fatores como “o local, condições ambientais, característica da base, usuário, tráfego e custo” são fundamentais para a escolha do revestimento. Pela NBR da acessibilidade, por exemplo, superfícies externas ou susceptíveis a molhar precisam ser antiderrapantes. Nesse sentido, o especialista Celso Farkuh recomenda adotar “a aspereza como princípio geral de todo e qualquer piso, para evitar escorregamentos”. Assim, granito apicoado (sem lapidação), granilite lavado, concreto “vassourado” (com ranhuras) e pisos intertravados surgem como boas opções para locais descobertos. Nos cobertos, Farkuh recomenda emborrachados, vinílicos, os de resina à base de PU, granilite polido ou mesmo apicoado. As cerâmicas antiderrapantes cabem nos dois casos.

Uma das tendências de mercado é a utilização de pisos elevados nas áreas externas, com placas em granilite lavado. “Eles são suspensos e apoiados sobre mini-pilares. Por não estarem apoiados sobre o contrapiso, seu desempenho de resistência a carga é fundamental para a segurança”, ressalva Mara Cabral. Celso Farkuh lembra, por sua vez, que a manutenção deste revestimento precisa receber atenção redobrada, evitando futuros desnivelamentos entre as placas que formam a superfície.

O piso elevado cobre cerca de cinco mil metros quadrados da área externa do Residencial Club Tuiuti, localizado no Tatuapé, zona Leste de São Paulo. “Não escorrega nem forma poças”, observa Sérgio Ruiz, assistente operacional do condomínio de seis prédios, construído há três anos. A água escorre em direção às galerias subterrâneas pelos pequenos vãos contíguos às placas de granilite. Outra opção de segurança empregada pelo Residencial Tuiuti foi a aplicação de um antiderrapante em sua entrada principal. Com 184 metros quadrados de área, revestido em cerâmica e laterais abertas, o local ficava molhado em dias chuvosos, o que causou a queda de dois condôminos. Segundo Ruiz, o produto resolveu o problema. Segundo os fabricantes, os antideslizantes ou antiderrapantes podem ser aplicados em qualquer piso frio, interno ou externo, garantem até 97% do brilho original do revestimento original e têm pelo menos dois anos de garantia.


ALGUMAS DAS NORMAS DA ABNT

NBR 9050/2004 (Acessibilidade/Determina, entre outros, a sinalização tátil-visual e visual no piso); NBR 9077/201 (Saída de emergência dos edifícios/ Trata também de sinalizações no piso, além de vários aspectos de segurança); NBR 15575/2010 (Desempenho em edifícios habitacionais de até cinco pavimentos/ Entre outros, aborda a vida útil mínima para pisos e desempenho de segurança); NBR 11802; 12047; 12048; 12049; 12050; 12516; 12544 (de 1991 a 92, falam sobre pisos elevados, de resistência a diferentes tipos de carga e impactos etc.). (Fonte: Mara Cabral)


Matéria publicada na edição 149 ago/10 da Revista Direcional Condomínios

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