Plantas adequadas para nossos condomínios

Plantas em condomínios

Gestores condominiais costumam se deparar com situações onde a área verde acaba ocasionando problemas para os condomínios urbanos – e mesmo para os de campo. Isso é geralmente ocasionado por fatores relacionados às escolhas erradas feitas por paisagistas e pelos próprios compradores dos imóveis. Tais equívocos são revelados somente ao longo do tempo, afinal, a natureza precisa de muitas primaveras para se desenvolver e manifestar toda sua força.

Assim, pequenas mudas se tornam frondosas árvores, com raízes fortes, muitas vezes agressivas. Palmeiras esguias e graciosas produzem cachos de frutos que caem e mancham calçamentos. Isso quando suas folhas não despencam, danificando cercas elétricas e cabeamentos, podendo até mesmo machucar pessoas.

A falta de um projeto paisagístico adequado pode fazer com que ralos fiquem totalmente obstruídos por raízes de palmeiras como a Rabo de peixe (Caryota mitis). Pinheiros (Pinus sp) e outras espécies que possuem raízes pivotantes perfuram mantas utilizadas na impermeabilização das jardineiras. Flamboyants (Delonis regia) levantam calçamentos e Sibipirunas (Caesalpinia pluviosa) cobrem espelhos d’água de folhas miúdas impedindo a correta manutenção, independente do filtro que se utilize.

A minha recomendação para aqueles que fazem projetos é que além do efeito visual, procurem validar os riscos que cada planta pode vir a representar durante seu ciclo de vida. No caso de se identificar uma planta com características nocivas, a reposição por outra espécie que não ocasione a mesma situação deve ser feita o mais breve possível e para isso os gestores devem recorrer a ajuda de profissionais experientes, com formação técnica específica em botânica e não apenas em composição visual.

Mas temos questões onde tudo foi escolhido adequadamente e os condôminos se incomodam com as plantas. Isso é comum em condomínios de propriedades de campo, onde por vezes o crescimento de uma planta pode, por exemplo, encobrir parte de uma vista. Em outra situação pode resultar em mais trabalho de limpeza de piscinas, calhas e ralos. Às vezes, algumas espécies também atraem animais como insetos, pássaros e até pequenos mamíferos como morcegos e macaquinhos. Bem minha gente, aí penso que a escolha errada foi de quem resolveu mudar para um lugar próximo da natureza, pois afinal, é de se esperar que em condomínios de campo, próximos de áreas de preservação, realmente se tenha a oportunidade de vivências com animais e plantas.

Evidente que podas técnicas e controle de zoonoses devem ser feitos. Mas, por vezes, resolvemos nos aproximar de um pedaço da natureza que já estava lá, e áreas como estas, por exemplo, de matas ciliares, não podem ser tocadas porque exatamente possuem uma função fundamental para nosso já sofrido ecossistema.

Assim, se quiser mudar seu jardim sobre a laje, faça-o logo, antes de ter prejuízos, em tempo de aproveitar a muda da planta em outro lugar e não ter de sacrificar um belo espécime vegetal. Quem sabe ele não pode ser doado e vir a enfeitar alguma praça ou casa de campo de um conhecido?

E se for morar em condomínios de campo, avalie quão próximo sua unidade está de áreas verdes, uma vez que isso para alguns pode se tornar, infelizmente, um incômodo.

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