Um playground seguro e que promova o desenvolvimento e a diversão das crianças não é feito apenas por brinquedos. O piso instalado no local é fundamental para que todos se divirtam em segurança. Pedras, cimentos e cerâmica, nem pensar. “O ideal é utilizar um piso emborrachado, que amorteça a queda”, aponta a psicóloga e psicopedagoga Sirlândia Reis de Oliveira Teixeira, conselheira da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBrin) e membro da International Toy Library Association (ITLA). Para o arquiteto Fábio Namiki, coordenador do Comitê de Segurança de Playground da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), um piso de areia, desde que com 30 centímetros de altura, também é um excelente amortecedor de impacto. Já uma superfície de EVA com um milímetro de espessura “não é recomendado para playgrounds, pois não irá amortecer uma queda”. “E, mesmo utilizando pisos de segurança, é preciso cuidar para que possíveis fundações de concreto dos brinquedos não fiquem expostas, colocando as crianças em perigo.”
A arquiteta Mara Cabral explica que além de absorver impactos, o piso deve ser antiderrapante e não ser tóxico para o usuário, nem para o meio ambiente. Mara também alerta para a importância de planejar brinquedo e piso simultaneamente. “Muitas vezes o brinquedo está contido no próprio piso, como é o caso da amarelinha, caracol ou outra paginação lúdica. Como regra geral, primeiro define-se o espaço de implantação do playground, os equipamentos e a circulação dos usuários. Se os equipamentos forem somente apoiados sobre o piso, ele pode ser instalado antes. Se os equipamentos forem chumbados ou fixados no solo, o piso de borracha entra por último, recortando as bases de fixação, como se faz nos carpetes.”
Em função da altura dos brinquedos e, portanto, da altura de uma eventual queda, determina-se o desempenho da absorção de impacto que o piso deve apresentar. Para áreas externas, devem ser utilizados pisos de borracha resistentes ao tempo. Mara indica os de borracha EPDM (uma variedade disponível no mercado, resistente ao ozônio, intempéries, ácidos diluídos e salmoura). “O que vai determinar a resistência ao tempo é a formulação, que inclui os aditivos antioxidantes e antiozonantes. Os pisos de borracha menos resistentes ao tempo são geralmente os prensados a frio com poliuretano. Também os pisos de borracha porosos, que acumulam no seu interior poeiras, ao longo do tempo acabam endurecendo e perdem suas propriedades”, avalia.
Existem modelos de revestimentos de borracha para áreas permeáveis, que são instalados diretamente no solo sobre uma camada de brita e areia. Outros são indicados para áreas não permeáveis, e exigem um contrapiso regularizado e liso. Alguns tipos permitem instalação em cima de outro piso existente. Porém, conforme pondera Mara, “se houver depressão na base, a água da chuva não irá escoar e dependerá da evaporação para secar”. Pisos de borracha devem ser lavados uma vez por mês com detergente neutro, e a cada seis meses com máquina industrial para valorizar as cores. Para brinquedotecas internas que tenham brinquedos altos, acima de 80 centímetros, a arquiteta recomenda o piso de absorção de impacto. Caso contrário, podem ser utilizados os sintéticos laminados, de fácil manutenção.
Matéria publicada na edição 156 abr/11 da Revista Direcional Condomínios
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