Um dos principais especialistas em gestão da água no Estado, o engenheiro Dirceu D’Alkmin Telles está preocupado com a grande demanda de exploração de poços artesianos, iniciada com as baixas dos níveis dos reservatórios que abastecem as áreas urbanas. Ele teme a perfuração clandestina e/ou inadequada de poços, que possam contaminar os aquíferos e até mesmo comprometer a reserva d’água, caso a exploração esteja acima da capacidade de reposição. Confira a seguir.
1. A ÁGUA DE UM POÇO ARTESIANO PODE SE ESGOTAR EM ALGUM MOMENTO?
Um poço artesiano possui um raio de influência, equivalente à distância em que ele busca água (o perímetro mínimo varia conforme as condições geológicas locais). Quando um poço novo entra em funcionamento, ele pode entrar no raio de influência de outro e, neste caso, há interferência sim na vazão do primeiro.
2. A CONCESSÃO DE OUTORGA DO SERVIÇO É PRECEDIDA DE ESTUDOS SOBRE A REGIÃO?
O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo) possui dados regionais monitorados. Conforme o caso, são necessários novos estudos para a outorga. A origem da água do poço artesiano é a chuva. É renovável, mas o tempo de recarga é muito longo, leva meses ou anos conforme as condições geológicas.
3. QUAL A MELHOR ALTERNATIV A: POÇO ARTESIANO OU TRATAR ÁGUA DO LENÇOL FREÁTICO?
A água do lençol freático está submetida à pressão atmosférica. Desta forma, a capacidade de retirada dependerá da capacidade de drenagem. Já no poço artesiano, a água é proveniente de um aquífero mais profundo e se encontra sob pressão maior que a atmosférica. Mas sua capacidade de reserva dependerá de diversos fatores geológicos. Assim, para o síndico tomar uma decisão quanto à melhor alternativa, é preciso fazer estudos de viabilidade.
Matéria publicada na edição – 207 de nov/2015 da Revista Direcional Condomínios
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