A construção de redes de hidrantes nos prédios mais antigos, com a instalação da bomba de incêndio, é outra demanda que exige muito investimento em projeto, recursos financeiros e trabalho da parte dos síndicos, a exemplo de duas edificações visitadas pela Direcional Condomínios no bairro de Santa Cecília no mês passado, o Edifício Imperator e o Dória de Barros.
Detalhe da nova rede de hidrantes (em vermelho) no subsolo do Condomínio Dória de Barros
O primeiro, construído em 1953 e com 32 apartamentos, nunca teve AVCB, diz o síndico profissional Luiz Leitão da Cunha, que assumiu a gestão em maio passado. O processo está em finalização e é feito em conjunto com outro prédio residencial, que usa o segundo subsolo de garagem do Imperator. No condomínio, além do hidrante e bomba de incêndio, foi afixada a sinalização e instalada a iluminação de emergência. O Dória de Barros também começou do zero, mas já obteve o AVCB.
Segundo o Corpo de Bombeiros de São Paulo, entre as principais medidas de segurança contra incêndio nas edificações, estão relacionadas, do ponto de vista da estrutura física e equipamentos, resistência ao fogo dos elementos de construção; compartimentação; controle de materiais de acabamento; saídas de emergência; controle de fumaça; brigada de incêndio; brigada profissional; iluminação de emergência; detecção automática de incêndio; alarme de incêndio; sinalização de emergência; extintores; hidrante e mangotinhos; chuveiros automáticos; resfriamento; espuma; sistema fixo de gases limpos e dióxido de carbono (CO2); sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA); controle de fontes de ignição. As exigências mudam conforme o tipo de ocupação da edificação (residencial, comercial, industrial etc.), a área construída, a altura e a época de construção.
Em uma visita que a Direcional Condomínios acompanhou a um condomínio residencial no final do mês passado juntamente com o consultor da área de riscos Carlos Alberto dos Santos, foi possível observar alguns exemplos de irregularidades no sistema de incêndio, provocados, em sua maioria, por erros de projeto e/ou falta de manutenção. Eles são apresentados nas imagens a seguir.
Compartimentação & Controle de Fumaça
– Compartimentação vertical
Uma das obrigatoriedades relativas a esse tema diz respeito à selagem de shafts e dutos de instalações, pois ela funciona como proteção passiva contra incêndio, cuja função é impedir a passagem da fumaça de um andar para o outro. Na imagem ao lado, falta selagem na base da rede elétrica de distribuição de energia para os apartamentos do condomínio.
– Compartimentação horizontal
Já na imagem ao lado, falta a separação entre o conjunto hidrante e mangueira da rede de telecomunicações. Destacam-se ainda, nesta instalação, o registro do hidrante em cor fora de norma (deveria ser amarela) e componentes da mangueira enferrujados. Além disso, o cumprimento da mangueira é menor do que deveria para aquele local.
– Hidrante
Na imagem, destaca-se a ausência do adaptador storz no registro do hidrante, que deve ter sido subtraído do local. Assim, se houver necessidade de debelar um foco de incêndio, esse equipamento estará inoperante, não haverá como conectar a mangueira à rede d’água.
– Sinalização
Foto mostra sinalização desnecessária na parede lateral da porta corta-fogo. De outro modo, as placas instaladas na porta estão em posição errada. A do alto deveria estar acima da PCF; a de baixo, no meio da porta. A sinalização é regulamentada pela IT 20/2019 e tem a função de orientar a rota de fuga e as saídas de emergência. Elas devem ser luminescentes e trazer identificação do fabricante e data da produção, pois têm prazo de validade.
– Sistema de alarme
Na imagem ao lado, as tubulações da casa de máquina de elevadores apresentam cor única, em desacordo com a norma da ABNT (NBR 6.493). Em cinza escuro, próprio para eletrodutos (rede elétrica), há também cabeamento do sistema de alarme de incêndio e sensores de fumaça, cuja tubulação deveria ser na cor “vermelho-segurança”. Os próprios bombeiros possuem norma sobre o tema. Essa inadequação confunde e prejudica a manutenção.
Matéria publicada na edição – 259 – agosto/2020 da Revista Direcional Condomínios
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