Quadras nos condomínios: Renovação dos equipamentos amplia práticas e fomenta uso do espaço

As quadras poliesportivas também se encontram na mira dos síndicos que buscam a modernização dos condomínios, atendendo a novas práticas e, portanto, ampliando as possibilidades de uso. Para isso, equipamentos mais avançados podem dar um ar de renovação a esses espaços e harmonizá-los com as demais reformas das áreas comuns. Além das redes e aparatos que tornam o ambiente ora uma quadra de vôlei ou badminton, ora de basquete, handebol ou de futsal, entra em cena ainda a troca da iluminação (com refletores em LED), a instalação de redes flexíveis de proteção e a introdução de acessórios para exercícios físicos.

Uma ampla quadra poliesportiva é um dos ambientes de lazer mais ocupados no Condomínio Paradiso Vila Romana, um complexo de três torres e 168 unidades na zona Oeste de São Paulo. Ali ocorrem treinamentos semanais da escolinha de futsal oferecida pela administração aos filhos dos moradores, em categorias subdivididas por idade; o rachão dos homens às segundas-feiras à noite; e partidas frequentes de vôlei entre as mulheres, relata o gerente predial Getúlio Fagundes Ramos.

No entanto, segundo o personal trainer Givanildo Holanda Matias, as práticas podem avançar além das usuais, especialmente nos condomínios que não dispõem de áreas de fitness. Por exemplo, a tendência é que os profissionais recorram cada vez mais às quadras para montar circuitos de treinamentos, de exercícios físicos diversos, ou mesmo para aulas de dança. A frequência dos condôminos nas quadras costuma ser incrementada com a promoção de competições e a introdução de acessórios para esse tipo de atividade (como elásticos, bolas suíças e colchonetes), observa. Graduado em Educação Física e coordenador do Programa de Pós-Graduação de Personal Trainer da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), Givanildo diz, porém, que não basta ampliar a gama de práticas, é indispensável cuidar da manutenção. “Esse é um problema que observamos muito em condomínio, principalmente rede rasgada, trave quebrada e tabela de basquete deteriorada.”

Em condomínio da zona Sul de São Paulo, área livre é utilizada para montagem de circuito de exercícios físicos. Segundo Givanildo Matias, a própria quadra pode receber esse tipo de atividade

INSTALAÇÕES SEGURAS

Quadra com área de escape nas laterais, recurso necessário para evitar incidentes. Por questão de segurança, o ideal é que a tabela de basquete tenha suporte aéreo

A segurança é um dos itens que deve balizar a manutenção, reforma ou reconstrução das quadras, opina Patrícia Tótaro, arquiteta esportiva. Um projeto ideal, segundo ela, deveria prever um recuo mínimo com muros, paredes e demais barreiras. É um cuidado já observado em edifícios mais novos e, para os antigos, quando viável, Patrícia recomenda o redesenho da quadra, sua diminuição, para agregar uma área de escape e manter-se uma distância mínima dos chamados “cantos vivos” (ela sugere um intervalo de 20 a 30 cm entre a linha perimetral das demarcações e as muretas).

Em relação aos equipamentos de apoio, ela orienta que:

– Postes de iluminação: estejam, se possível, junto do alambrado;

– Alambrados: sejam flexíveis e amorteçam quedas e trombadas. “Tudo que represente risco de colisão do praticante deve ser realocado para um ponto que evite incidentes”, reforça.

– Estruturas que sustentam a tabela de basquete: sejam áreas de preferência, em lugar de ter sua base afixada no solo, próxima da área de jogo;

– Suportes do vôlei: que se instalem tampas nos buracos que prendem os suportes da rede;

– Iluminação: o LED é uma boa opção, mas assim como as demais lâmpadas, precisa ser bem distribuído, “confortável ao usuário, de forma que não o ofusque nem deixe pontos de sombra na quadra”.

MELHORE O APROVEITAMENTO DA ÁREA

Ao organizar os equipamentos e acessórios da quadra poliesportiva, o síndico conseguirá melhorar o aproveitamento do ambiente, afirma a profissional de Educação Física e personal trainer Aline Chrispan (Foto acima). Com experiência na coordenação de projetos em qualidade de vida para empresas e condomínios, Aline é pós-graduada em Condicionamento Físico Para Grupos Especiais, em Fisiologia do Exercício e em Ciências da Saúde (com mestrado na área oncológica). Acompanhe a seguir algumas dicas da especialista para incrementar o lazer no condomínio.

O QUE COMPRAR

“A escolha dos acessórios e equipamentos dependerá de quais atividades serão praticadas. Além dos esportes mais tradicionais, é possível o desenvolvimento do badminton, esporte semelhante ao tênis, mas que utiliza raquete mais leve e uma espécie de peteca no lugar da bola. É indicada também a prática de diferentes jogos coletivos com bola, mas com objetivo de recreação. Outros acessórios como minicones, cordas, jumps e bolas do tipo fitball poderão ser usados em atividades de força e condicionamento físico.”

NOVAS MODALIDADES

“Os esportes podem ser adaptados para facilitar a prática, como utilizar a rede de vôlei mais baixa e, no basquete, marcar o ponto quando a bola toca na tabela, por exemplo. O badminton é uma boa opção pela execução mais leve que o tênis. É possível também utilizar a quadra para aulas coletivas como yoga, pilates no solo (com auxílio de colchonete), exercícios funcionais e atividades de recreação com crianças, adolescentes e adultos.”

Matéria publicada na edição – 205 de set/2015 da Revista Direcional Condomínios

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