Rede de proteção para edificações: Como contratar e inspecionar

A norma que se destina à segurança e proteção das redes instaladas nas edificações é a ABNT NBR 16046-3 (2012). Essa norma trata da instalação de redes para proteção de janelas, sacadas, mezaninos, parapeitos, floreiras e demais aplicações semelhantes.

Ao inspecionar a instalação das redes de proteção é necessário reconhecer alguns termos e definições:

– Corda: conjunto de fios não metálicos torcidos e trançados utilizado para a fixação da rede de proteção (ABNT NBR 16046-2);

– Elemento de fixação: introduzido no substrato, tem a função de fixar a rede de proteção;

– Elementos principais de fixação: são instalados nos pontos mais distantes do centro da rede de proteção;

– Malha: unidade mínima de entrelaçamento que compõe a rede de proteção, formando um modelo geométrico básico (usualmente um losango) (ABNT NBR 16046-1);

– Substrato: base na qual o elemento de fixação é instalado para afixar a rede de proteção, feita, por exemplo, de alvenaria, madeira, estrutura metálica.

Instalação / Elemento de fixação

O instalador deve fazer uma análise prévia no substrato, justamente para verificar se este atende à resistência prevista.

A resistência tratada nesse caso é o esforço de 30 Kgf (Kilograma Força), equivalente a 294 N (Newton), a qual pode ser verificada com uso dinamômetro manual.

Caso a resistência seja atendida, pode se iniciar a instalação dos demais elementos de fixação, sendo que a distância entre eles não pode ser superior 35 cm.

Corda e Malhas  

As cordas devem ser instaladas em todos os elementos de fixação, sendo que elas devem ser passadas por cada malha do perímetro da rede.

Conforme o item 4.2.6 da NBR 16046-3, quando o posicionamento da malha da rede coincidir com a posição do elemento de fixação, ela também deve ser instalada no elemento de fixação. Caso não ocorra coincidência do posicionamento da malha da rede com o do elemento de fixação, recomenda-se que a malha mais próxima seja instalada no elemento de fixação.

No item 4.2.7, a distância entre o substrato em que a rede é instalada e a corda (flecha) deve ser de no máximo 30 mm, ou seja, de 3 cm.

O item 4.2.8 diz que os elementos de fixação aparentes devem ser instalados de maneira a evitar que o usuário desfaça a fixação de qualquer ponto de ancoragem da rede. Já no item 4.2.9, no caso de fixação por meio de ganchos metálicos, esses devem ser fechados sempre que possível. A instalação deve ser feita por conjunto formado no mínimo por ganchos de 4,2 mm de diâmetro e buchas n° 8, com abas. Caso sejam utilizados ganchos de diâmetro superior, a bucha deve ter tamanho compatível com eles. Para instalações em substrato de madeira não há necessidade de utilização de buchas.

Em situações expostas a meios agressivos (como em áreas litorâneas), é necessário que os elementos de fixação sejam de aço inoxidável.

Corte da malha

O corte da rede deve ser realizado uma única vez, no ponto equidistante entre os vértices da malha, conforme figura 1 abaixo.

Rede de proteção cortada

Fonte: NBR 16046-3 –2012

Exemplo de instalação

Fonte: NBR 16046-1 – 2012

Descreve a fixação da rede de proteção

Contratante

Após a instalação da rede de proteção, a NBR recomenda que o instalador entregue o manual de uso e conservação ao contratante e coloque na rede uma identificação, contendo as seguintes informações:

– Nome da empresa CNPJ;

– Data da instalação.

Medidas de segurança adicionais / Contratação

Sempre contratar uma empresa especializada, que tenha um profissional habilitado para emitir ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) pela execução do serviço. É importante ainda solicitar da contratada um relatório de ensaios referente à fabricação das redes e instalação da corda, conforme previsto na ABNT NBR 16046 -1 e 16046 -2.

Ensaios

– Resistência de impacto – Fabricação da rede;

– Resistência à tração antes do envelhecimento – Fabricação da rede e instalação da corda;

– Resistência à tração após o envelhecimento – Fabricação da rede e instalação da corda.

Os requisitos mencionados neste artigo têm o objetivo de dar maior segurança ao cliente final no material que está sendo instalado.


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Autor

  • Bruno Moisés Rufino Baptista

    Engenheiro Civil, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UCM (Universidade Cândido Mendes), mestre pelo IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológica) e doutorando na UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Professor de Ensino Superior e Técnico nos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo na Faculdade FECAF e do curso Técnico de Segurança e de Especialização Técnica em Segurança do Trabalho na Construção pelo Senac. Possui mais de 7 anos de experiência na área da construção civil, atuando com execução de obras e consultoria em segurança do trabalho no segmento.

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