Reparos em pisos cerâmicos no condomínio: atenção ao assentamento!

Ao síndico ou gestor condominial que dispõe de mão de obra própria para executar pequenos reparos em pisos cerâmicos, disponibilizamos a seguir um passo a passo dos procedimentos que deverão ser orientados ao manutencista.

  • 1 – Camada de Regularização: É constituída de argamassa de cimento e areia e deve ser executada sempre que houver irregularidades da base, superiores a 3,0 mm;
  • 2 – Camada de assentamento: Deverá ser constituída de argamassa de cimento e areia executada diretamente sobre a laje ou lastro caso estas bases estejam bem niveladas, ou sobre a camada de argamassa de regularização;
  • 3 – Camada de pasta de cimento (Método Convencional): Tem a função de garantir a aderência entre as argamassas e a superfície da laje. A espessura deverá ser de aproximadamente 1mm e o consumo de cimento de 1,5 Kg/m². Já a relação água/cimento deverá ser de 0,3;
  • 4 – Camada colante: Deverá ter espessura uniforme variando entre 3 e 6 mm, dependendo das dimensões da superfície da peça cerâmica;
  • 5 – Finalizado o processo, assenta-se o revestimento Cerâmico.


Imagem típica de inchamento da cerâmica e/ou falta de junta de dilatação

 

Sobre a argamassa colante, é importante lembrar que ela não deve ser aplicada em grandes superfícies de uma vez, pois uma das falhas mais comuns é a secagem da camada superficial, formando uma pele na superfície e impedindo sua aderência adequada ao tardoz (verso da cerâmica).

Cerâmica mal aderida na massa de assentamento

 

Fiquem atentos ainda à NBR 14081/96, norma da ABNT relativa à argamassa industrializada, pré-dosada, fornecida em pó, no estado seco. Segundo esta norma, esse tipo de argamassa deverá receber adição exclusiva de água para o assentamento das peças cerâmicas.

Todas as camadas do revestimento estão intimamente ligadas entre si. A deformação em qualquer uma delas devida a esforços endógenos ou esforços externos resultará em tensões, atuando sobre outra camada.

Os tipos de deformação de pisos cerâmicos são:

• Retração da argamassa;

• Deformação lenta do concreto;

• Deformação pelo peso próprio;

• Deformação pelas cargas;

• Recalque das fundações (comuns em pisos direto no solo);

• Deformações originadas pela variação de umidade relativa do ar;

• Deformações de variações térmicas;

• Vibrações de máquinas;

• Falhas de mão de obra (vide foto acima);

• Argamassas espessas;

• Argamassa ricas em cimento / excesso de finos.

Juntas de assentamento

A NBR-13754/96 estabelece parâmetros para o espaçamento entre duas placas cerâmicas. Seu objetivo é impedir a prorrogação de tensões de uma peça para a outra, além de evitar a flambagem do revestimento, a justaposição das peças ou a formação de pequenas frestas que retenham a água suja. Possuem ainda a função estética de harmonizar o tamanho das peças na área total de aplicação. Finalmente, esses espaçamentos possibilitam a remoção de uma peça para eventual reparo sem prejudicar as peças vizinhas.

Nesses espaçamentos, é importante não utilizar peças com espaçadores incorporados ao corpo cerâmico nem espaçadores rígidos, pois transferem tensões.

A abertura dependerá:

• Das características do material do rejuntamento;

• Nível de solicitação mecânica; e das

• Exigências estéticas.

Importante observar que em superfícies maiores, há necessidade de se criar junta de dilatação e retração e, em alguns casos, de dessolidarização das paredes anexas.

Junta de dilatação da estrutura de concreto e da cerâmica

 

Efeitos do estufamento e má colocação da cerâmica

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Autor

  • Roberto Boscarriol Jr.

    Graduado em Engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Formado em 1972, atua desde essa época na área da Construção Civil, tendo construído um milhão de metros quadrados nas áreas industriais, comerciais, escolares e residenciais, acumulando grande experiência na análise de propostas e gestão de obras. No espaço de sua coluna, o articulista irá abordar os vários aspectos da manutenção necessária nos prédios, com dicas, comentários e sugestões.

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