Retrofit / coluna: mais do que reforma, atualização

A evolução do tempo deixa suas marcas e isso se reflete sobre o estilo de vida da população de uma determinada época. Como consequência, cada período apresenta uma arquitetura característica, desenvolvida para atender às necessidades de seus habitantes daquele momento. Assim, com o passar dos anos, as edificações perdem funcionalidade e precisam mudar, até mesmo, para atender às exigências técnicas e de normatização, que evoluem com o tempo.

O retrofit foi desenvolvido e passou a ser aplicado justamente em construções que precisam deste tipo de adequação. Seu conceito compreende a revitalização de edifícios, preservando aspectos originais, mas adaptando-os a novos padrões normativos e de uso. Ou seja, é um tipo de intervenção baseado na atualização tecnológica; na adequação às normas vigentes e novos usos, para tornar os espaços funcionais para os atuais usuários; na modernização estética e arquitetônica; e na aplicação de soluções técnicas para facilitar a manutenção. Em resumo, a utilização desta técnica proporciona a renovação completa da edificação ou de alguns de seus sistemas construtivos.

Mas antes de uma assembleia dos condôminos decidir pelo retrofit, é aconselhável que seja feito um estudo para verificar sua viabilidade. Uma vez que a principal preocupação do método é manter as características originais do prédio, o processo pode ser bem mais caro do que uma reforma convencional e, até mesmo, que a construção de uma nova edificação.

Comum na Europa, a demanda por este tipo de serviço tem crescido nos últimos anos em grandes cidades brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro, nas quais a prática vem sendo difundida para a revitalização dos centros urbanos e reocupação de prédios históricos. Entre os residenciais, existe uma grande procura para retrofit daqueles edifícios que não se enquadram mais nas necessidades atuais dos moradores, e que estão perdendo valor de mercado.

Muitos síndicos procuram os serviços de profissionais especializados para efetuar uma avaliação das edificações com o intuito de modernizar a fachada, além de adequar ambientes para usos como salões de festas, academia, espaço gourmet etc. Outras razões para adesão ao retrofit estão relacionadas à modernização de sistemas, automação, criação de acessos para portador de necessidades especiais, inovações em segurança, e aplicação de tecnologias sustentáveis. Entre essas, destacam-se a utilização de luminárias de baixo consumo e manutenção; medição individualizada de água; e previsão de gerador, entre outras. Ou seja, o retrofit envolve a realização de grandes adequações que não podem ser caracterizadas simplesmente como uma reforma. Muitas vezes é elaborado um projeto completo, para ser executado por etapas, com todos os detalhes da obra.

Para os moradores, o investimento costuma ser muito proveitoso. Afinal, não adianta a pessoa investir em melhorias para o apartamento, se o prédio não possui uma infraestrutura adequada, que valorize o imóvel e facilite o dia a dia do usuário, aumentando a vida útil da edificação.

São muitos os fatores que devem ser levados em consideração antes da decisão pela execução ou não de um processo de retrofit. É necessária uma avaliação criteriosa baseada nos anseios do cliente, custos estimados e na viabilidade logística para a sua execução.

Renata Marques é arquiteta, especializada em gerenciamento de projetos arquitetônicos, com larga experiência em projetos de retrofit.
Mais informações: rmarques@renatamarques. com.br.

Matéria publicada na edição – 184 de out/2013 da Revista Direcional Condomínios

Autor

  • Diego

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