No momento, a situação dos reservatórios da Grande São Paulo é considerada satisfatória; obras dão segurança hídrica, afirma Sabesp.
O “Réveillon Hidrológico”, a virada do ano para a temporada de chuvas, ocorreu na terça-feira (dia 1º/10). A data marca o início do período de precipitações (outubro a março) que favorecem o abastecimento dos reservatórios e o fim da fase de seca, entre abril a setembro. O evento reforça a todos a importância da água e de seu uso consciente e, neste ano, vem com o tema Saneamento Sustentável e Inclusivo. O slogan “Não deixar ninguém para trás” sintetiza a motivação da data, ao propor a mobilização de toda a população.
A virada para o período de chuvas acontece no momento em que a situação dos reservatórios na Grande São Paulo é considerada satisfatória, segundo os dados da Sabesp. O volume total armazenado na Região Metropolitana é de 65,4%. No mesmo dia no ano passado (1º/10), era de 41%. Isso ocorreu porque o ano hidrológico anterior registrou boa quantidade de chuvas, que mantiveram as represas em bons níveis.
No Sistema Cantareira, o nível é de 46,9%. No ano passado, na mesma época, eram 33,8%. Para esse novo ano hidrológico, as perspectivas apontam um volume de chuva perto da média histórica, o que seria o suficiente para manter os reservatórios em níveis confortáveis.
Esse cenário de segurança hídrica só foi possível com as obras e ações executadas pela Sabesp no enfrentamento da pior seca da história da RMSP em 2014/15 e com a conscientização da população no combate ao desperdício de água, além da melhora dos índices de pluviometria. É importante destacar, por exemplo, o novo Sistema Produtor São Lourenço. Inaugurado em abril de 2018, o empreendimento ampliou a oferta de água tratada em volume que pode chegar a 6.400 litros de água potável por segundo, atendendo uma área que antes era abastecida principalmente pelo Cantareira.
Outro trabalho fundamental foi a interligação Atibainha-Jaguari, uma obra estruturante que beneficia tanto a Grande São Paulo quanto o Vale do Paraíba, entregue em março de 2018. Trata-se da conexão entre duas represas de bacias diferentes: a Atibainha, que pertence ao Sistema Cantareira, e a Jaguari, que fica na cidade de Igaratá e pertence à bacia do rio Paraíba do Sul. Ela permite o bombeamento de uma média de 5.300 litros por segundo de água da Jaguari para a Atibainha, o que se reflete em maior segurança para o Sistema Cantareira. O bombeamento também pode ser feito no sentido oposto, ou seja, da Atibainha para a Jaguari.
A Sabesp também adotou uma série de mudanças operacionais que deram maior flexibilidade ao sistema de abastecimento da Grande São Paulo, permitindo abastecer diferentes regiões com água de mais de um reservatório, aliviando o Cantareira. A lista de obras e ações é longa, mas é importante destacar também a colaboração dos moradores da RMSP. A população incorporou novos hábitos após a crise hídrica.
O consumo de água nas residências é 18% menor do que era registrado até 2014. O legado é uma prova de que a população tem evitado o desperdício e segue atenta ao uso racional da água. No início da crise hídrica, o consumo residencial na Grande São Paulo era de 13,2 mil litros mensais em média. Hoje, caiu para 10,8 mil litros por mês. Apesar da queda no consumo e da situação satisfatória dos mananciais, a consciência para o uso racional da água é permanente.