O apelo a hábitos mais sustentáveis por parte da população retorna ao noticiário; o volume de água do Sistema Cantareira voltou a baixar a níveis próximos da crise de 2014-2015.
O mês de fevereiro de 2015 foi um dos mais severos para a população da Capital e RMSP, pois o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de pessoas, teve reduzido a apenas 5% seu estoque d’água, incluídos os dois níveis do volume morto (uma reserva técnica). A partir de 2016 o reservatório se recompôs, mas em 2018 começou a dar novamente sinais de baixa, alertando para a possibilidade de nova escassez.
De acordo com a Sabesp, inexiste o risco de se reeditar o cenário anterior. Nota divulgada pela empresa afirma que o sistema se encontra hoje “mais robusto, com mais interligações e maior capacidade de tratamento de água do que antes da crise hídrica de 2014-15”. “A companhia investiu R$ 6,8 bilhões desde 2014 em obras que garantem água nova para a população. Uma delas é a interligação Jaguari-Atibainha, que está transferindo até 8.500 litros por segundo de água do Vale do Paraíba para o Sistema Cantareira. Outra é o Sistema São Lourenço, que traz água nova para abastecer moradores que antes recebiam água do Cantareira”.
Ou seja, “a Sabesp também vem poupando o Sistema Cantareira”. Desde junho de 2017, a empresa “retira menos água do reservatório do que a outorga permite”. Caso contrário, “o Cantareira estaria hoje com 8,6% da capacidade, não com 35,6%” (situação encontrada no final de novembro de 2018).
Paralelamente, a Sabesp solicita que “a população mantenha sempre os hábitos de consumo consciente de água, evitando o desperdício”. Segundo o engenheiro Ricardo Reis Chahin, gerente do Programa de Uso Racional da Água (Pura), “sempre há espaço para economizar um pouco mais e isso é muito importante no momento atual”. O engenheiro revela que pelo menos 70% da população economizou água no auge da crise – dado projetado com base naqueles que conseguiram bônus por causa da redução de 20% no consumo. Ele acredita que as pessoas possam retornar a esse patamar. “Antes de 2014, tínhamos um consumo médio mensal de 13,5 m3 por domicílio. Na crise, esse caiu a 10 m3 e, depois, subiu a 11 m3”, diz.
Em relação aos condomínios, Ricardo Chahin propõe que os síndicos invistam na tecnologia para eliminar vazamentos e tenham um cronograma de manutenção preventiva, “desde o hidrômetro até os reservatórios d’água”. O gerente destaca que nem sempre os vazamentos dão sinais muito evidentes, “isso vai sendo incorporado paulatinamente na conta sem que se perceba”, esclarece. Por isso, ele sugere que haja até duas coletas diárias de dados do hidrômetro, pois “quanto mais monitorar, mais elementos eles terão para chegar a uma conclusão”. É o caso de se observar um consumo elevado no período noturno, uma anomalia que seria indicativa de vazamentos.
A Sabesp promove um calendário anual de treinamentos gratuitos para a identificação de vazamentos, que podem ser frequentados pelos próprios gestores, os zeladores ou demais funcionários. A grade é organizada conforme a demanda. Assim que se registra um número mínimo de solicitantes, agenda-se a data para unidades localizadas nos bairros do Ipiranga, Pirituba, Santana e Vila Leopoldina (na Capital Paulista) ou nos municípios de Caieiras e Bragança Paulista. As aulas têm duração de quatro horas e os participantes recebem uma cartilha e um certificado de conclusão.
Conforme sugere Ricardo Chahin, grupos de síndicos podem se organizar e solicitar a formação de turmas específicas junto à Sabesp.
– Inscrições
Para se inscrever nos treinamentos, os interessados deverão ligar para a Central de Atendimento Telefônico da Sabesp (pelos números 195 ou 0800 011 9911), procurar as agências de atendimento ou, ainda, preencher formulário disponível em http://site. sabesp.com.br/site/interna/formulario_inscricao.aspx?secaoId=426 .
– Testes de vazamento
Outro apoio dado ao funcionário do condomínio para localização de vazamentos no hidrômetro, tubulações, reservatórios, boias, piscinas, torneiras e vasos sanitários, está em uma espécie de cartilha disponibilizada pela empresa no endereço https://bit.ly/1CUVlEN. Ao final da página da internet, há outro link em que a Sabesp fornece uma tabela em que o zelador ou manutencista pode somar as perdas por tipo de vazamento em diferentes aparelhos/equipamentos.
Matéria publicada na edição – 241 – janeiro/2019 da Revista Direcional Condomínios
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