“Quão grosso um fio deve ser para ligar um equipamento no prédio, no apartamento?”
O fio é o componente da instalação elétrica que está presente em todas as redes, aparelhos etc., pois sem ele não há eletricidade. Uma instalação elétrica pode funcionar sem ter disjuntores ou fusíveis, pode também não ter DPS ou DR, pode até não ter o condutor de proteção (fio terra), e ainda funcionará. Mas se ela não tiver os fios, ficará difícil, pois a transmissão de energia sem esse componente ainda é pequena e experimental.
Pois bem, estamos então diante de um componente importantíssimo em uma instalação elétrica, certo? Certo, o fio é praticamente inevitável em nossa realidade. Assim, a pergunta que está no subtítulo deste artigo é que fica na mente de todos: Qual a dimensão, ou seção transversal tecnicamente, ou ainda bitola, como é mais conhecido no jargão popular, eu devo ter nos fios?
A pergunta não é tão fácil de responder, apesar de vermos diariamente muitos “profissionais” dimensionando condutores pela experiência. Para definir a característica mais adequada de um condutor, é preciso levar em consideração vários quesitos, começando pelo fato de que o condutor também é o responsável pela definição dos dispositivos de proteção que serão instalados para garantir a segurança. Ou seja, a partir do dimensionamento dos condutores é que se definem os disjuntores, DR, DPS etc.
Voltando ao dimensionamento do condutor, o profissional deve levar em conta a quantidade de corrente que passará por ele, relevando todos os requisitos que estão no quadro.
Vamos fazer uma analogia do condutor com um rio. Vamos pensar em um curso d’água com uma determinada vazão e que, em dias normais, tem a água em metade da sua capacidade. Se nada ocorrer, ele leva a água em seu curso normal até despejar no mar ou em outro rio, certo? O fio é assim, a água do rio correspondem aos elétrons livres que circulam dentro dele, chamados de corrente elétrica. Se estes elétrons forem equivalentes à metade da capacidade do condutor, o fio simplesmente fará seu trabalho.
Mas vamos voltar ao rio. Em um dia de tempestade, com uma tromba d´água, em que a capacidade de água do rio acaba ultrapassada, o que acontece? Ele vai provavelmente transbordar e, então, começar a vazar, podendo causar enchentes, não é mesmo?
Com o condutor é a mesma coisa. Se você fizer passar uma corrente maior do que sua capacidade, o condutor irá “transbordar”, e este transbordo aparecerá em forma de aquecimento. Se ele for excessivo, poderá danificar o isolamento do condutor e até iniciar um incêndio, caso não seja desligado a tempo.
Este é um dos motivos pelos quais o tema dimensionamento dos condutores é muito importante. A definição da sessão do condutor não pode ser dada por experiência, mas deve sim, ser definida considerando-se cada um dos critérios abaixo. Um equipamento de maior potência (motor ou chuveiro, por exemplo), que demanda uma corrente elétrica maior, naturalmente precisará de um condutor mais grosso (maior seção) do que um equipamento de menor potência, como uma lâmpada. Mas mesmo na definição do circuito da lâmpada, é necessário avaliar, por exemplo, qual é a seção mínima permitida, pois é o que garantirá a segurança de todos.
Quadro – dimensionamento de condutores.
- Quanto à aplicação:
- Sinal, Potência etc.;
- Ao Material Condutor:
- Cobre; Alumínio (# acima de 16 mm²);
- A isolação:
- Isolação: PVC, EPR e XLPE;
- Livre de halogênio
- A cobertura:
- Proteção contra influências externas;
- A armação:
- Proteção mecânica do cabo;
- A proteção contra campos eletromagnéticos:
- Blindagens, revestimento metálicos etc.;
- Maneira de instalar e temperatura ambiente
- Agrupamento;
- Tipo de linha;
- Quanto à capacidade de condução de corrente:
- Seção mínima permitida;
- Queda de tensão;
- Curto-circuito / Sobrecarga.
São Paulo, 9 de outubro de 2014
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