Qual a chave do sucesso de Santana? Para os moradores do bairro, a resposta é simples: boa parte das famílias que nasceram, cresceram e vivem nele adoram levar ainda hoje certo ritmo de vida colonial, ao mesmo tempo em que podem usufruir da praticidade e do conforto do dia-a-dia que todo cidadão de uma metrópole exige: um intenso comércio, shoppings, bares, restaurantes, super e hipermercados 24 horas, faculdades, parques e Metrô. “Faltam apenas uma casa de espetáculos e um teatro”, avalia Silvestre Ribeiro, síndico do Edifício Vivaz.
A maioria não admite se mudar. Este parece ser o lema do “santanense” de coração. E dos moradores de bairros vizinhos, como Tucuruvi e Jaçanã, que se empenham em “pular a cerca” assim que têm uma chance de melhorar de vida. “Aqui a gente se sente em casa”, define a ilustradora Marta Marques, que “tirou umas férias” no Tucuruvi. “Não via a hora de voltar para Santana”, conta. Hoje, ela ocupa um apartamento a algumas quadras de onde viveu a infância.
“As pessoas realmente se conhecem. Com tanta gente da região, pudemos trazer para dentro do condomínio esse espírito, muito embora o próprio formato de clube torne essa relação bastante natural”, revela Ribeiro, síndico do Vivaz, no Lauzane Paulista, área do distrito que também vem lançando muitos empreendimentos.
Privilegiada hoje por várias estações do Metrô, a vocação do bairro para o transporte público vem de longe. Segundo informa o site da Subprefeitura da região, em 1872 foram inauguradas as primeiras linhas de bonde. A única ligação com o Centro era o romântico trenzinho da Cantareira, imortalizado por Adoniran Barbosa em “Trem das Onze”. A construção do primeiro trecho do Metrô na Avenida Cruzeiro do Sul começou em 1969. Hoje, a localização estratégica do bairro também ajuda a impulsionar o mercado imobiliário, embora por muito tempo o Rio Tietê tenha exercido uma “barreira psicológica” quase intransponível.
Nessa cesta de vantagens, o mercado imobiliário da “colonial” Santana, tem se apresentado aquecido e, sobretudo, valorizado, com as construtoras praticando preços dignos da “capital”. Mas é bom que se diga que a chancela Santana também é aceita pelo mercado para lançamentos nos bairros adjacentes.
De acordo com informações do Secovi-SP, os novos imóveis de três e quatro dormitórios em Santana custam em média R$ 3.570,40 por metro quadrado da área útil. O valor é 5% acima do que tem sido praticado na Vila Leopoldina (zona oeste), por exemplo, onde saem por R$ 3.398,75 o metro quadrado, em média.
A oferta também é grande no bairro mais antigo da zona norte: foram 490 unidades de três e quatro dormitórios lançadas ao longo de 2007 até abril de 2008. A construtora Cosil vendeu 80% das unidades do Platô Santana no primeiro final de semana. “O preço já está comparado ao de bairros diferenciados”, afirma Natalie Quandt, gerente de incorporação da empresa. “Ainda há espaço para lançamentos de médio-alto padrão no bairro. O mercado não está superofertado e tende a se valorizar mais”, diz.
A classe média fica concentrada nas proximidades da estação de metrô, ocupando imóveis de dois e três dormitórios de até 110 m². A quatro quadras do Metrô Santana, um dois quartos de 80 metros quadrados úteis tem sido oferecido por pouco mais de R$ 206 mil.
Já o perfil de mais alto padrão está no chamado Alto de Santana, em Santa Terezinha, onde estão as ruas Francisca Júlia e Pedro Doll e a verticalização é mais forte, e no Jardim São Bento, que ladeia a Avenida Brás Leme. Foi lá que a Tecnisa lançou o Boulevard Santana, um mix de quatro dormitórios com coberturas dúplex, casas e área comum recheada de atrações. Segundo a empresa, poucos dias após o lançamento, em maio, todas as 152 unidades estavam vendidas, algumas delas por até R$ 1,5 milhão. Uma mostra da força do mercado local.
Matéria publicada na edição 126 jul/08 da Revista Direcional Condomínios
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