Equipamentos em dia evitam falsos disparos
O síndico profissional Nilton Savieto, que comanda 12 edifícios na cidade (metade deles residenciais e metade comerciais) é taxativo: os falsos alarmes são um sério problema nos condomínios. “Acredito que 95% dos alarmes, ou até mais, são falsos. As causas são várias: passarinhos, gatos, vento ou plantas que fazem os sensores dispararem o dispositivo”, aponta o síndico.
O nível de ruído das sirenes costuma incomodar os moradores e até mesmo vizinhos dos condomínios. A solução às vezes é simples, como eliminar uma planta que pode causar um disparo. Mas evitar que gatos ou pássaros ultrapassem um sensor não é fácil de evitar. “Eventualmente regulamos a sensibilidade do sensor, e sempre opto por equipamentos de maior qualidade. Mas em alguns casos cheguei a colocar uma sirene menor, como um buzzer, que dá um toque na guarita quando há um disparo. Dessa maneira, incomodo só o porteiro e ele fica sempre alerta.”
Para José Elias de Godoy, consultor em segurança e autor dos livros “Manual de Segurança em Condomínios” e “Técnicas de Segurança em Condomínios”, a sirene funciona para que, em caso de intrusão, o invasor se sinta acuado e desista da ação. Mas ele sustenta que quando não for o caso de espantar o bandido, a sirene pode ser substituída por algum aviso visual ou sonoro, algo que chame a atenção do funcionário do condomínio de que alguma zona do alarme foi violada. “É fundamental alertar o porteiro. E, mesmo que o condomínio possua uma sala de segurança interna, é interessante contar com um monitoramento externo”, avalia Elias.
Marcos Menezes, diretor de comunicação da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), explica que a grande novidade do mercado de segurança eletrônica são sensores com capacidade de processamento interno que reduzem em cerca de 95% a quantidade de falsos alarmes. “São sensores camaleão, que se adaptam ao comportamento do ambiente e reduzem as problemáticas que por acaso existam no projeto e os falsos alarmes”, garante. Os sensores mais simples detectam se há o calor de um corpo humano na área de cobertura. Já os híbridos, mais sensíveis, fazem a detecção de volume por calor, por microondas e por ultrassom. “Eles são imunes à luz branca dos faróis dos carros, a pequenos insetos, como mariposas, e a um balançar de cortina, que podem disparar o alarme inadvertidamente”, constata.
A causa mais comum de falsos alarmes é, destaca Menezes, o uso inapropriado de um equipamento: “Por exemplo, a instalação de um sensor de área interna em área externa.” Mas, a falta de manutenção também pode ser a origem do problema. “A manutenção preventiva é importantíssima, já que os sensores são equipamentos que devem funcionar 24 horas, sete dias por semana”, justifica. Ele explica que há uma variedade enorme de modelos, para serem instalados em diversos espaços, inclusive que se adaptam arquitetonicamente aos ambientes. Se houver dano ou vandalismo ao sensor, o cabo ou o próprio equipamento detectam o problema, e identificam se houve sabotagem, curto circuito ou variação de voltagem. Modelos mais simples não atendem a esses pré-requisitos e o diretor da Abese recomenda que, ao optar pelos sensores a serem instalados no condomínio, o síndico tome como referência os modelos utilizados em bancos.
Menezes faz ainda uma recomendação essencial: que os condomínios criem a cultura dos anéis de segurança, protegendo em primeiro lugar o perímetro, mas sem se esquecer da portaria e de áreas estratégicas, chegando até os apartamentos. “A tendência é que os moradores tenham o alarme monitorado também em suas unidades, gerando assim uma teia de proteção, finaliza.
Matéria publicada na edição 153 dez-jan/11 da Revista Direcional Condomínios
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