Síndicas relatam sustos e prejuízo com vazamentos

Em dezembro do ano passado, a síndica Renata Linhares começou a perder o sono com as contas d’água cada vez mais elevadas do Condomínio Reserva Jardim Tarumã, residencial de três torres e 156 unidades localizado no Jardim Avelino, zona Leste de São Paulo. “Em janeiro de 2020, o aumento foi de 30%. Nos meses seguintes, foi mais acentuado, cheguei a receber conta acima de R$ 80 mil, somando áreas comuns e unidades”, relata. O valor médio mensal pago pelo condomínio-clube oscila entre R$ 36 e 38 mil, diz.

Orientada pelo consultor Carlos Alberto dos Santos, Renata organizou a busca do provável vazamento mapeando as áreas com prumadas e demais componentes hidráulicos. “Averiguamos registros, tubulações, barrilete e fizemos um checklist completo das instalações hidráulicas nas áreas comuns. Localizamos o vazamento na tubulação logo após o cavalete da concessionária”, afirma. “Optamos por um serviço de caça-vazamento que utiliza aparelhos de ultrassom. O consultor nos indicou locais onde haveria maior probabilidade e acertamos na primeira tentativa, era um vazamento bem grande.” Segundo Renata, o prejuízo com a conta elevada foi parcialmente abatido durante dois meses pela concessionária pública, através de desconto na taxa do esgoto.

Também a síndica profissional Rosana Nichio identificou grande vazamento logo após o ponto de entrada d’água em um condomínio onde acabara de assumir a gestão. O prédio, de 20 unidades e localizado em Santana, zona Norte da cidade, apresentava um histórico de consumo elevado, em torno de 600 m3 por mês. “Assumi em junho de 2019, passei o mês inteiro fazendo testes para descobrir para onde a água ia”, observa Rosana.

Em julho de 2019, a conta chegou a R$ 8.408,05 (consumo de 691 m3). Para identificar o provável vazamento, Rosana providenciou a instalação de registros em determinados pontos da rede hidráulica. Assim que o localizou, inutilizou esse trecho da instalação e construiu um novo ramal de entrada de água no prédio. Outras medidas de controle do consumo foram adotadas, como a revisão das válvulas de descargas dos banheiros dos apartamentos (feita pelo fabricante) e a troca de componentes das válvulas redutoras de pressão, que não passavam por manutenção havia 30 anos. O funcionamento ineficiente dessas peças vinha causando problemas nas válvulas de descargas das unidades dos pavimentos inferiores. Além disso, o condômino do apartamento de cobertura concordou em instalar um registro para a piscina de sua unidade, pagando à parte por esse consumo.

Depois das medidas, o valor da conta de água caiu substancialmente. Já em agosto de 2019, o consumo foi de 465 m3 (conta de R$ 3.760,97) e, no começo deste ano, no período de férias, chegou ao nível mais baixo: 371 m3 (conta de R$ 2.431,86).

Matéria publicada na edição – 257 – junho/2020 da Revista Direcional Condomínios

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