Ao longo de 25 anos, tempo da revista Direcional Condomínios, muita coisa mudou. Em termos de tecnologia, valores, relações econômicas e sociais, o mundo se transformou de tal forma que parece termos avançado muitas décadas!
A sociedade vem se adaptando, as pessoas evoluíram, tudo se atualiza na velocidade da luz, e não é diferente no mercado de condomínios.
Um dos objetivos de todo síndico é obter uma eficácia maior na sua gestão e redução de custos, tanto das taxas condominiais como em recursos naturais. A tendência de modernizar a infraestrutura é um caminho sem volta.
Nesta reportagem selecionamos alguns itens em alta que os condomínios, se ainda não adotaram, é muito provável que implantarão nos próximos anos:
1) Sistema de segurança: Reconhecimento facial, o chamado “face ID”.
Mesmo que o rosto de uma pessoa mude com o passar do tempo, algumas características são mantidas. O Face ID, reconhece em segundos o usuário, liberando seu acesso nos condomínios. Além da segurança, o morador, visitante, funcionário, não terá o contato manual e se estiver com as mãos ocupadas, terá seu acesso liberado. Por QR Code, o morador pode liberar a entrada de um visitante ou convidados para uma festa;
2) Vídeo porteiro eletrônico:
Aparelho que garante a comunicação e visualização entre visitante, entregadores de delivery, fornecedores, diretamente com o apartamento, sem a necessidade da intervenção do porteiro físico;
3) Portaria remota ou automatizada:
O mercado apresenta novas soluções de controle de acesso, substituindo cada vez mais a mão de obra física. O condomínio poderá ter uma empresa intermediando o controle de acesso ou o condômino mesmo poderá liberar a entrada. Cada condomínio tem suas peculiaridades e se tiver perfil para implantar a Portaria Virtual ou Automatizada o fará, pois representa uma economia substancial;
4) Automatização ou mecanização de portões:
Muitos condomínios já utilizam o sistema inteligente de abertura dos portões das garagens, por meio da instalação de uma tag – selo de identificação no veículo e uma antena instalada no portão. Com este sistema, os porteiros não serão enganados pelos carros clonados e nem pelo velho acenar de mãos;
5) Câmeras inteligentes:
Há muitos anos, os sistemas de segurança utilizam a câmera IP, pela sua alta resolução nas imagens e nos áudios, com acesso sem fio à internet. Há também a opção de câmeras remotas utilizadas pelas empresas de portaria virtual e funcionários para fazer as rondas;
6) Energia solar e fotovoltaica:
Se o seu condomínio tem espaço para instalar as placas para captar os raios solares, gerando aquecimento de água ou eletricidade, o investimento retornará em pouco tempo. Há dois aspectos a destacar: economia na conta e a sustentabilidade. O planeta agradece;
7) Sistema de captação de água da chuva – água de reuso:
A consciência do uso racional da água será permanente. Nos condomínios novos, as construtoras já entregam o empreendimento com o sistema de captação da água da chuva, mas todos os condomínios podem ter um olhar atento neste quesito. Que tal chamar um engenheiro e pensar num projeto? Vamos captar água da chuva e utilizá-la na rega dos jardins, limpeza dos pisos de garagens, calçadas etc;
8) Tratamento de água da piscina:
Há soluções novas no mercado que reduzem o uso de cloro para manutenção da água da piscina. Com a aplicação de ozônio, a água fica cristalina, sem acréscimo de produtos químicos, deixando-a mais saudável aos banhistas;
9) Aquecimento de piscina:
Muitas piscinas são subutilizadas porque não há conforto térmico. Mas, há opção de sistema de climatização com bombas inteligentes denominadas trocadores de calor. Este sistema capta a temperatura ambiente e faz a compensação da temperatura da água, deixando mais sustentável do que o consumo de gás encanado;
10) Carregamento de carro elétrico:
Até meados de 2030 o Japão quer eliminar a produção de carros movidos a combustível fóssil. O mundo inteiro caminhará neste sentido. No Brasil, a previsão é que em 10 anos, 5% dos carros pequenos serão elétricos. Por isso, é importante os síndicos se anteciparem às demandas crescentes por carregamento veicular;
11) Elevadores inteligentes:
Imagine um pavimento onde há dois elevadores. Mesmo que o usuário chame ambos, somente um será acionado: o que estiver mais próximo ou o que estiver em melhores condições técnicas. Claro que isto evita o desperdício de energia e aumenta a vida útil dos equipamentos. Outra solução moderna é o modo stand-by, onde após alguns minutos sem uso, o sistema desliga alguns itens como luz da cabina, indicadores de posição dos pavimentos, etc. Outra novidade é o sistema de resgate. Se o elevador pára por motivo de falta de energia, automaticamente a cabina irá para o andar mais próximo, liberando rapidamente os usuários, evitando um possível resgate por pessoas não habilitadas e uma estressante espera até a chegada do técnico da empresa responsável pela manutenção. O elevador é o meio de transporte mais seguro do mundo e foi ele quem possibilitou a verticalização das cidades. De olho no elevador!
12) Medição individualizada do consumo de água, gás e energia:
Condomínio que ainda possui a conta coletiva das concessionárias poderá investir no sistema de autogestão para a medição do consumo de cada apartamento, um projeto com retorno rápido e menos burocrático do que o método da individualização tradicional ofertada pelas concessionárias. A autogestão, por meio de empresas credenciadas, trará um retorno mais rápido para os moradores. Em tese, o condomínio vai investir somente nos medidores de consumo e na mão de obra para a instalação;
13) Recuperação de crédito:
Ainda polêmico, há empresas que resolvem o problema da inadimplência nos condomínios, com retorno rápido. A solução da chamada “garantidora de crédito” é comprar a dívida do condomínio, pagar à vista e negociar diretamente com os proprietários das unidades devedoras;
14) Política de reciclagem:
A coleta seletiva, apesar de não ser obrigatória nos condomínios residenciais é uma boa prática a ser aplicada e incentivada entre os moradores, trazendo economia nos insumos e recursos. Óleo de cozinha, vidro e plástico são alguns dos materiais mais reutilizados no mercado. Há várias ONGs que podem recolher o material no seu condomínio.
15) Aplicativos de apoio à gestão:
A comunicação com os moradores é primordial, por isso, existem vários aplicativos de apoio ao gerenciamento dos condomínios, oferecendo soluções às demandas de manutenção, chamados, serviços administrativos e financeiro. Tudo na palma da mão. Um serviço moderno e muito útil, indispensável nos dias atuais.
16) TV corporativa:
Há quase 10 anos, convivemos com as TVs corporativas dentro dos elevadores. No início somente em condomínios comerciais, mas atualmente estão também nos residenciais. A comunicação é rápida e fica mais próxima dos moradores. A TV corporativa é uma ferramenta elegante e moderna.
17) Sensores de presença ou movimento:
Os sensores de presença são populares nas garagens, halls e escadas. As lâmpadas são acesas somente quando se detecta o movimento de pessoas e/ou animais. Eles se tornaram um item necessário, pois gera economia de energia. Outra tendência são as portas que abrem e fecham automaticamente, sem contato manual.
18) Serviços e comodidades aos moradores:
Lockers inteligentes para fast food, lavanderias e entregas de produtos de pequeno e médio volume. Pet shop móvel, feiras, mini mercado de autoatendimento, lavagem ecológica de carros, serviços de beleza, relaxamento e lazer. Sem contar com espaços coworking e muito mais. Talvez, este seja um dos legados da Pandemia: modernização e facilidade na vida dos condôminos.
Gostou dessas novidades? Mas, atenção! Antes de fazer qualquer adequação, investimento ou benfeitoria no condomínio é muito importante elaborar um estudo preliminar do projeto, fazer a pesquisa de mercado e ser respaldado por profissionais qualificados e consultores técnicos isentos. Assim, o síndico terá muito mais êxito na assembleia.
É de suma importância também observar não somente as obrigações legais do síndico, conforme estabelecidas no Código Civil, mas a legislação local e as normas técnicas, especialmente para a manutenção do AVCB, obedecer a rota de fuga, toda a sinalização interna e a realização de adequações importantes quanto à acessibilidade, que é obrigatória.
Neste sentido vale observar o Guia do COE – Código de Obras e Edificações, elaborado pela Prefeitura de São Paulo, com base na Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017 e Decreto nº 57.776, de 7 de julho de 2017 que estabelece as diretrizes quanto aos padrões de apresentação dos projetos para a instrução dos pedidos relacionados à atividade edilícia.
“Art. 1º Este decreto regulamenta os procedimentos administrativos e executivos e fixa as regras gerais e específicas a serem obedecidas no projeto, licenciamento, execução, manutenção, utilização e fiscalização de obras, edificações, equipamentos, obras complementares, terraços e mobiliários, dentro dos limites dos imóveis em que se situam”.
Matéria publicada na edição – 274 – jan/2022 da Revista Direcional Condomínios
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