Toldos e coberturas: manutenção correta garante vida útil dos materiais

O uso do policarbonato nas coberturas e fechamentos de área conquistou os condomínios pela leveza e durabilidade, mas procedimentos e materiais impróprios em sua limpeza acabam comprometendo uma vida útil inicialmente programada para 15 anos. Em geral, os fabricantes dão garantia de dez anos para esses produtos. No entanto, Fabio Brito, que atua há mais de duas décadas com o policarbonato, alerta que a manutenção inadequada poderá produzir riscos irreversíveis. “Os mais superficiais até conseguimos eliminar, com o polimento”, diz. Mas os condomínios continuam pecando no quesito asseio. “Alguns usam até vassoura de piaçava.”

O profissional explica que “policarbonato não se dá sem água”. Ou seja, a regra número 1 de sua limpeza implica no uso abundante de água. Em época de racionamento, a melhor opção é adiar o processo em vez de fazer o procedimento errado, observa. Duas outras regras fundamentais completam a trinca da manutenção das coberturas feitas com o material: utilizar somente esponja macia, própria, similar à espuma dos colchões, além de detergente neutro. Produtos abrasivos como limpa-vidros estão vetados.

Porém, há uma forma certa de trabalhar. Por exemplo, o funcionário encarregado da operação jamais deverá despejar o detergente diretamente sobre o policarbonato: “Inicialmente, ele precisa molhar bastante a área, diluir o detergente em um balde com água, e somente então aplicá-lo com esponja macia”, orienta Fabio. Ele completa que a secagem não é necessária e que as estruturas também devem passar por manutenção. No alumínio, o ideal é a limpeza apenas com pano, em geral a cada quatro meses. Já no ferro, por causa da tendência à oxidação, é preciso “lixar, fazer aplicação de zarcão e repintura do perfil”.

A CASA EM ORDEM
No condomínio da síndica Rosângela Rodrigues da Costa, a limpeza das coberturas em policarbonato ainda não aconteceu neste ano. O seu edifício, o Elisabetta Cappellano, situado na Vila Olímpia, zona Sul de São Paulo, possui essas instalações nas laterais e no fundo. Mas a seca nos mananciais de água e a construção de um edifício vizinho a convenceram a adiar o processo. Regularmente, a manutenção ocorre todo ano e é contratada junto a uma empresa especializada. “Prefiro fazer o serviço com quem tem a técnica e nos dá garantia”, explica. Rosângela acrescenta que evita acionar os funcionários da limpeza para o trabalho para não haver riscos de acidentes, quebras de placas e até mesmo avarias provocadas por esponjas e materiais abrasivos.

MEDIDAS EM PROL DA VIDA ÚTIL

Com pelo menos 25 anos de experiência em toldos e coberturas, Miguel Fábio Silva aponta que um dos principais equívocos na manutenção dessas estruturas ocorre pela ação de funcionários despreparados, que “não conhecem o produto e acabam riscando-o”. Entre os erros recorrentes, encontram-se o uso da palha de aço, buchas ásperas e vassouras, além da aplicação de produtos derivados de petróleo, que ressecam as placas.

Ele afirma ainda que no policarbonato colorido é possível diminuir a quantidade de lavagem, ao contrário do transparente. E na hora de proceder à limpeza, recomenda retirar o pó ou qualquer resíduo sólido através de um jato d´água antes de aplicar o sabão. Na sequência, podem ser utilizadas lavadoras de pressão, feita a esfrega e retirados os excessos de água através de um rodo com borracha, o mesmo utilizado na limpeza de vidros, movimentando-o no sentido da caída da cobertura. A operação deverá ser repetida, mas não existe necessidade de secagem.

Miguel Fábio observa que as placas de policarbonato alveolar resistem mais à abrasão, mas não ao impacto, diferentemente das compactas, as quais são as mais indicadas para áreas sob sacadas e janelas. Mas o policarbonato (que tem garantia) não quebra como o vidro, o qual, por sua vez, “não risca com tanta facilidade”. Este não possui garantia. Quanto às estruturas de sustentação, o especialista recomenda que:

– Nos suportes em aço, se houver necessidade de pintá-los, se retirem as placas ou o funcionário as proteja para não manchá-las com a tinta;

– No alumínio anodizado, a limpeza seja feita com vaselina líquida, mas como ela é um derivado de petróleo, as placas terão que ser protegidas.

Produtos corrosivos como água sanitária, sabão e soda cáustica são proibitivos a esses tipos de materiais. Para finalizar, Miguel Fábio lembra que as instaladoras costumam dar dois anos de garantia contra vazamentos. Depois desse período, é indicado reforço no silicone dos rufos ou emenda no caso dos vidros.

Matéria publicada na edição – 195 de out/2014 da Revista Direcional Condomínios

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