Promover upgrade completo nos elevadores não é tarefa das mais simples e rápidas, em compensação, há ganhos como menos gasto com energia elétrica.
A síndica Quitéria Marques promoveu modernização estética e do quadro de comando nos elevadores do Maison Aubagne, em São Bernardo do Campo
Síndica profissional e moradora do condomínio Maison Aubagne, na Vila Dusi, em São Bernardo do Campo, Quitéria Marques tem vivido em meio a reformas desde que assumiu a gestão em 2018, passando por individualização da água a retrofit elétrico. A construção com mais de 40 anos consiste em duas torres de 42 unidades cada, e quatro elevadores ao todo. Antigos, eles incomodavam os condôminos, mas frente aos investimentos que teriam de fazer para remoçá-los preferiam adiar a ideia o quanto fosse possível. “Mas com isso a situação só se complicou porque fica difícil repor peças obsoletas, aumenta a frequência dos problemas e se torna caro manter o equipamento funcionando, sem falar na despesa com a conta de luz”, constata Quitéria.
Segundo a síndica, quando se trata de obras, o condômino tem dificuldade em perceber o benefício que uma reforma traz até que ela esteja materializada a sua frente. Foi assim com os elevadores do Maison Aubagne. “Não adiantava argumentar que a modernização traria agilidade e mais segurança. Só depois de entregarmos os dois primeiros elevadores reformados é que os condôminos constataram que não se tratava de um gasto, mas de um investimento, e solicitaram a modernização dos outros dois elevadores”, relata a síndica.
Quitéria conta que só foi possível iniciar a primeira etapa da modernização porque o condomínio havia guardado alguns anos atrás uma reserva financeira para esse fim, proveniente da venda de um imóvel em leilão. O valor cobria apenas a reforma de dois equipamentos, ao custo de 90 mil cada um. Os serviços de renovação começaram pelo elevador social das duas torres e levaram quase um ano até serem finalizados. A etapa posterior, custeada com rateio entre condôminos, levou quase o mesmo tempo para ser concluída. “Foram quase dois anos com essa obra, um desafio enorme. Era só um elevador por vez funcionando em cada torre para transportar criança, idoso, mudança, carrinho de compras. O pior era no fim de semana, quando os moradores reclamavam bastante, mas tivemos de ter paciência porque já sabíamos que seria dessa forma, e todo o transtorno que tivemos foi recompensado”.
Até chegar a fase da reforma, Quitéria comenta que escutou algumas recomendações desnecessárias. “Tinha empresa que cogitava trocar o assoalho gasto por um piso de cerâmica, outra que só falava no embelezamento da cabine, sem ouvir o que nós queríamos. E desejávamos justamente uma obra completa, com tudo o que era necessário e correto, como a modernização do quadro de comando”, destaca a síndica, relatando que as cabines foram removidas do condomínio para reforma completa, e que tudo ficou perfeito. “Essa obra trouxe modernidade, valorização do patrimônio e economia no consumo de energia, que é um ponto muito importante”, reforça a gestora.
Segurança para os usuários
Como proceder no regaste de pessoas presas em elevadores? No livro “E Agora Condomínio? Gestão de riscos operacionais, uma cultura, uma necessidade!”, de Carlos Alberto dos Santos, o autor esclarece que o regaste não deve ser feito por pessoas não autorizadas. A seguir, mais recomendações citadas na obra.
- Somente o técnico da empresa de manutenção e, em último caso, o corpo de bombeiros estão autorizados a fazer o resgate.
- A função do condomínio no caso é, além de acionar o pronto atendimento do prestador de serviços, acalmar as pessoas que se encontram presas, através do uso do intercomunicador ou interfone da cabine. Portanto, esses equipamentos merecem uma atenção constante da parte da manutenção preventiva do condomínio.
- Em alguns prédios, quando acontece uma parada de elevador, o zelador costuma ir até o Centro de Medição para desligar a chave do equipamento e ligá-la em seguida, fazendo com que o sistema volte a operar. O procedimento é absolutamente desaconselhável.
Matéria publicada na edição 293 set/2023 da Revista Direcional Condomínios
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