Vila Leopoldina muda completamente de perfil, recebe grandes condomínios do tipo clube e infra-estrutura de comércio e serviços.
Há pouco tempo, não era possível falar da Vila Leopoldina, na zona oeste de São Paulo, sem lembrar-se imediatamente da Ceagesp, o maior entreposto hortifrutigranjeiro da América Latina. Não era.
Nascida como extensão natural dos domínios da Lapa, a Vila Leopoldina praticamente hibernou até que uma Operação Urbana coordenada pela Prefeitura de São Paulo em meados de 1990 motivou um forte processo de verticalização e adensamento do distrito. A meta era eliminar a paisagem árida de antigos galpões industriais e certo ar de bairro mais “popular” e ocupar a região com novos moradores de classe média.
Desde então, o bairro surpreende pelo ritmo frenético com que vem crescendo: condomínios de médio-alto padrão, em construção, ou lançamentos de três e quatro dormitórios, motivam o surgimento de um pujante comércio e novos serviços. Já chegaram casas noturnas e grandes academias, redutos de gente jovem, centros culturais, lojas de roupas e presentes.
A Rua Carlos Weber foi a primeira a sentir os efeitos dessa mudança e já vem sendo chamada de “nova Moema”, região que sofreu processo semelhante na década de 70. Ao longo dos seus quase dois quilômetros de extensão, ela foi a primeira a receber edifícios altos na Leopoldina. O endereço transformou-se na menina dos olhos dos incorporadores e, nele, “já há escassez de terrenos para novos condomínios”, afirma Jefferson Taborda, síndico do Condomínio Horizons Alto da Lapa.
Inaugurado há dois anos, o Horizons ocupa uma área total de 8.760 m². São três torres que abrigam 224 unidades. O padrão de condomínio-clube é um exemplo perfeito do que vem sendo ofertado na região. “Próximos a nós, temos o Carpe Diem, o Torres da Lapa e tantos outros que também têm muitas unidades e enormes áreas de lazer”, conta Taborda.
Mais atraente, o distrito agora recebe o público que antes procurava imóveis em Pinheiros e na Lapa. Com isso, o bairro foi o segundo mais valorizado entre 2003 e 2007. Se, em 2003, o valor médio do metro quadrado na região era de R$ 1.953,49, em abril de 2008 chegou a R$ R$ 3.398,75, segundo informou o Secovi-SP, com base em dados da Embraesp.
”Uma boa parte das pessoas já morava na região e optou por adquirir um imóvel maior, com mais lazer e segurança, mas muitos outros se mudaram para a Leopoldina atraídos pela facilidade de acesso às principais rodovias que cortam São Paulo e às marginais dos rios Pinheiros e Tietê”, além da proximidade com bairros nobres como Alto da Lapa, Perdizes e Pinheiros, aponta Taborda. Ele mesmo lembra que saiu da Vila Mariana pela facilidade de chegar mais rápido ao trabalho.
“A localização é excelente e a região está muito valorizada”, avalia Tatiana Kallas, coordenadora de produtos de incorporação da construtora Kallas. A empresa lançou re¬centemente dois condomínios-clube comple¬tos, de olho no público de médio-alto padrão. O preço médio da área útil é de R$ 3.400 em um deles e de R$ 4.500 em outro. “Foram muito bem aceitos pelas pessoas do bairro e proximidades”, comemora Tatiana.
Tanta procura por empreendimentos já começa a afetar a fluidez do trânsito nas ruas da região. “Apesar disso, o bairro ainda propicia maior qualidade de vida, porque é ainda muito ho¬rizontal, com casinhas principalmente nas vias acima da Rua da Paz, na qual ainda é possível ver prédios de até oito andares”, afirma Taborda. “Além disso, tenho por perto toda a infra-estrutura de que preciso: escolas, hospitais, farmácias, supermercado e uma ótima padaria. A própria Carlos Weber virou uma espécie de ‘Oscar Freire’, com muitas butiques, lojas de acessórios e cafeteria. Nos finais de semana, deixo meu carro na garagem e vou a pé ao Sesi”, conta.
Matéria publicada na edição 126 jul/08 da Revista Direcional Condomínios
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