Como evitar descolamento de material cerâmico na fachada do condomínio

O revestimento cerâmico de uma fachada possui diversas camadas, aderidas umas às outras (parede, chapisco, emboço, argamassa colante e revestimento cerâmico).

As variáveis que influem na aderência de um revestimento são muitas, como condições climáticas, tipos de materiais, forma de aplicação, movimentação da estrutura e da vedação.

Um estudo aprofundado, em cada uma das variáveis, é necessário para ver qual é o impacto de cada uma delas no todo. A influência de todas essas variáveis deve ser ponderada na época de projeto, para que o revestimento tenha um desempenho adequado em toda sua vida útil. Para que, durante sua exposição ao meio e ao uso, não ocorram fissuras, trincas, descolamentos, deslocamento e outras deteriorações.

O impacto dessas patologias na fachada da edificação traz grandes consequências negativas, como risco à segurança dos usuários, alto custo para manutenção, desvalorização do imóvel e diminuição da vida útil da fachada. De maneira geral, o revestimento “avisa” que vai se soltar, apresentando alguns sintomas: Fissuração, som cavo (quando feito teste de percussão), diferença de temperatura (dependendo do período do dia e insolação) e, às vezes, diferença de tonalidade. Portanto, uma inspeção periódica é extremamente necessária, podendo ser feita nos períodos destinados às atividades de limpeza e revisão do rejuntamento.

Para tratamento dos sintomas, é preciso realizar um diagnóstico, identificando as causas, entre as quais, as mais comuns são:

  • Retração do emboço (argamassa) pela perda de água durante o estado fresco da argamassa;
  • Movimentação térmica, pela falta, mau dimensionamento ou falha de juntas de movimentação;
  • Movimentação higroscópica (gerado pela água), pelo mau dimensionamento ou falha de espaçamento entre as placas;
  • Reações químicas expansivas, pela contaminação dos materiais ou problemas de composição de fabricação; e,
  • Má aderência ao substrato (parede ou estrutura), por falta de limpeza antes da aplicação, ou substratos muito lisos, muito úmidos ou falha na dosagem da argamassa.

Matéria publicada da edição – 235 – junho/2018 da Revista Direcional Condomínios

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Autor

  • Marcus Vinícius Fernandes Grossi

    Engenheiro Civil, é doutorando em tecnologia da construção pela USP; mestre em Tecnologia da Construção de Habitações pelo IPT; especialista em Excelência Construtiva e Anomalias pelo Mackenzie; em Gestão e Tecnologia da Construção pela POLI-USP; Inspetor de Estruturas de Concreto pelo IBRACON, ABECE e ALCONPAT. Atua como Perito Judicial, Assistente Técnico da Defensoria Pública e Ministério Público do Estado de São Paulo; professor universitário; palestrante de cursos de perícia e patologia das construções. É sócio-gerente da Fernandes & Grossi Consultoria e Perícias de Engenharia, onde atua com consultoria, perícias de engenharia, inspeção predial, entrega de obras, auditoria de projetos, normatização técnica, desempenho e qualidade das construções. Atualmente é membro da Divisão Técnica de Patologia das Construções do Instituto de Engenharia e associado da ALCONPAT - Associação Brasileira de Patologia das Construções. Lançou a obra “Inspeção e Recebimento de Obras/Edificações Habitacionais” (LEUD Editora, 2020).

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